A educação de um filho é resultado do ritmo que nós pais lhe impomos. Não é preciso fazer pós-graduação ou ter experiência para educar uma criança. Um bom pai, uma boa mãe, pode até ser jovem, analfabeto e pobre. Só não pode ser ausente.
Assim, por exemplo, as crianças que dormem na hora de dormir são aquelas cujos pais determinam qual é o horário de dormir. E as que estudam na hora de estudar são aquelas cujos pais determinam o horário de estudar. Quem decide a hora de uma criança dormir, o que ela deve comer, qual a roupa que irá vestir, quais serão seus amigos somos nós, os pais. Claro que podemos delegar ou renegar nossa obrigação. O problema é que nem sempre haverá uma vovozinha próxima, mas sempre existirão incontáveis e insondáveis traficantes dispostos a assumir nossos filhos como clientes.
O mundo influenciará, negativamente, nossos filhos tanto mais quanto menos tempo tivermos para educá-los. É tudo uma questão de prioridade. Nenhuma criança nasce sabendo. Elas aprendem a falar, a brincar, a caminhar, a estudar, a trabalhar, a amar e a constituir suas próprias famílias com os pais. Obviamente que os amigos, os professores, a mídia, a igreja e outros setores da sociedade também vão influenciá-las.
O traficante, por exemplo, reconhece nos nossos filhos sua máxima prioridade. Não tem uma festinha ingênua de adolescentes que um traficante não tenha sido informado. Não há uma só porta de escola que um deles não visite regularmente. Não existe um único filho solitário que não tenha recebido uma pílula da felicidade do traficante de plantão na madrugada.
E você: quanto tempo tem priorizado para educar seu filho? É tudo uma questão de priorizarmos o tempo para educarmos nossos filhos. Seu filho vai passar a noite na casa de um amigo? Então encontre tempo para entrevistar o amigo e os pais dele e para fazer uma visita à casa deles.
Educar é uma questão de tempo. E tempo não é dinheiro. Dinheiro pode até trazer felicidade, mas não educa ninguém. Educar bem depende do tempo que estamos dispostos a ficar do lado dos nossos filhos. Com dinheiro podemos comprar os melhores professores, o mais renomado psicólogo e o mais cobiçado bólido para alegrá-lo, mas não encontraremos nunca, nem por todo o dinheiro do mundo, outro pai à venda que possa nos substituir na interminável missão de educar nossos filhos.
O fato é que para educar um filho precisamos de tempo. E tempo só pode ser medido em quantidade. Essa história de qualidade do tempo que passamos com nossos filhos não tem valor afetivo nem efetivo nenhum, pois ou escolhemos estarmos presentes na vida dos nossos filhos ou corremos o risco de um traficante assumir o nosso lugar.